Impacto amplificado para causas sociais
Como o grantmaking otimiza a aplicação dos recursos em projetos sociais
O Grantmaking, ou doações estratégicas em português, se configura como uma ferramenta poderosa para empresas conectarem seus recursos a comunidades e causas sociais que necessitam de apoio. Essa prática consiste na concessão de recursos financeiros a projetos sociais já existentes, em vez da criação de novos programas pela própria empresa.
Essa estratégia evita que uma parcela significativa do recurso seja investido na organização e execução, permitindo que praticamente toda a renda seja direcionada para as ações sociais. Ao praticar o grantmaking, as empresas podem direcionar os seus recursos para entidades filantrópicas, organizações não governamentais e outras que estejam alinhadas com seus valores.
O valor doado pode ser destinado tanto para programas e projetos, quanto para pesquisas e demais ações sociais. Ao longo dos anos, o grantmaking evoluiu significativamente. Inicialmente, as doações eram mais focadas em programas de caridade, priorizando a assistência imediata às populações em situação de vulnerabilidade.
Com o tempo, passou a ser mais estruturado e estratégico, buscando impacto e transformação social a longo prazo. Atualmente, a prática envolve análise rigorosa, planejamento estratégico, acompanhamento dos resultados e avaliação de impacto. Isso acontece porque as empresas que doam buscam parcerias sólidas, com transparência, prestação de cotas e governança na aplicação dos seus recursos.
Há também muitos desafios para as empresas, como a busca por uma maior eficiência na aplicação dos seus recursos. Muitas delas enfrentam dificuldades na identificação de projetos e organizações mais bem alinhadas com seus valores.
Além disso, a avaliação de impacto é outro ponto relevante para estas mesmas empresas. Medir o impacto real das doações e garantir que os recursos sejam aplicados de forma adequada e transparente são questões complexas que envolvem monitoramento constante e avaliação rigorosa.
Já para as entidades, as principais dificuldades são a burocracia e os processos lentos na aprovação e liberação dos recursos, o que exige um trabalho permanente para a manutenção dos projetos sociais.
O resultado é a demora em receber o financiamento necessário para suas ações. Isso faz com que as organizações que precisam de doações tenham que firmar diferentes parcerias para evitar que os projetos sejam interrompidos, para não deixar desamparadas as comunidades que dependem deste auxílio.
No Brasil, a prática é recente, uma vez que até então o mais comum era as empresas executarem os seus próprios projetos e não financiarem as ações sociais promovidas por terceiros. Em 2020, o cenário começou a mudar e o censo GIFE (Grupo de Institutos Fundações e Empresas) registrou, pela primeira vez, uma quantia maior de doações em projetos já existentes (47%) em relação aos recursos aplicados pelas empresas em ações sociais próprias (42%).
Apesar dos desafios, o grantmaking é uma prática essencial para o fortalecimento do terceiro setor e para a promoção do desenvolvimento social. Além disso, as doações têm o poder de transformarem vidas, comunidades e sociedade como um todo, contribuindo para a construção de um mundo mais justo e solidário.
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