10 de abril de 2024

O voluntariado corporativo no Brasil: crescimento, desafios e oportunidades

O cenário do voluntariado corporativo no Brasil tem apresentado mudanças significativas em anos recentes, evidenciando sua crescente importância no âmbito empresarial. Segundo o Censo 2023 (edição do ciclo 2022) do Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial (CBVE), mais de 54 mil pessoas participaram de ações de voluntariado, quase 50% a mais que em 2021.

 

O investimento também cresceu, ultrapassando R$ 16 milhões, com um ticket médio de R$ 1 milhão por empresa. Os setores de energia, metalurgia/siderurgia, serviços financeiros e indústria lideram em participação.

 

A pesquisa também destaca a importância da sustentabilidade e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU nas atividades voluntárias, que fortaleceram a rede de empresas e ampliaram o alcance das ações.

Educação, assistência social, combate à pobreza, meio ambiente, desenvolvimento local e ações emergenciais são os temas prioritários para 52,5% das empresas. No entanto, apenas 10,3% delas possuem parcerias com o poder público, evidenciando a necessidade de integrar programas de voluntariado com políticas públicas.

 

Por outro lado, 90,70% das empresas realizam ações em parceria com outras instituições, principalmente ONGs e escolas. 

 

Embora esse movimento seja reflexo de uma consciência social mais acentuada por parte das corporações e da compreensão de que o engajamento com a comunidade pode reverberar positivamente na imagem da empresa e na motivação dos funcionários, o investimento voltado às mudanças climáticas ainda é baixo. 
 

Olhando para o cenário internacional, o Brasil segue tendências de países como os Estados Unidos, onde o voluntariado corporativo já é bem estabelecido e frequentemente associado à cultura organizacional. No entanto, existem diferenças significativas, tais como a diversidade de causas e a intensidade com que as políticas de voluntariado são aplicadas.
 
De acordo com o Dr. Antônio Freitas, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialista em responsabilidade social corporativa, “As empresas estão percebendo que o investimento em voluntariado não é apenas uma ação benevolente, mas uma estratégia que fortalece os laços com a comunidade e potencializa a imagem corporativa. Além de representar um diferencial competitivo no mercado que cada vez mais valoriza práticas sustentáveis e socialmente responsáveis”.
 
As implicações dessas tendências no Brasil são amplas e tocam pontos como retenção de talentos, onde funcionários se sentem mais parte de uma organização que valoriza sua contribuição social. Além disso, as corporações que mantêm programas de voluntariado robustos tendem a ter melhor reputação, o que pode influenciar na decisão de clientes e parceiros.

Compartilhe este conteúdo

Por Rosana Almeida 30 de outubro de 2024
A psicologia por trás do sucesso de grandes marcas
25 de agosto de 2024
Como a comunicação responsável pode combater o excesso de informação e seus impactos na sociedade? O fenômeno da infoxicação emerge como um desafio para indivíduos e organizações. Especialistas apontam que a comunicação responsável pode ser a chave para mitigar os efeitos negativos desse excesso de informação.
24 de julho de 2024
Como a ciência do cérebro está transformando as estratégias de marketing? Segundo uma análise da Harvard Business Review, 95% das decisões de compra são tomadas de forma subconsciente, destacando a importância de direcionar os esforços de marketing não apenas para o consciente dos consumidores, mas também para os processos cognitivos mais profundos e muitas vezes instintivos. 
12 de julho de 2024
75% das decisões de compra são influenciadas pela confiança que a marca gera nos consumidores. 
20 de junho de 2024
Explorando o potencial do mundo online para amplificar movimentos e promover mudanças positivas. 
15 de junho de 2024
Nos últimos anos, influenciadores digitais se tornaram peça fundamental para empresas do mundo todo. Sua capacidade única de moldar opiniões, comportamentos e decisões de compra reside na autenticidade e nas conexões genuínas que criam com seu público. Através de plataformas como Instagram, YouTube, Twitter e TikTok, constroem comunidades engajadas e ávidas por suas recomendações. E os números comprovam: mais de 70% dos consumidores confiam nas opiniões de influenciadores tanto quanto nas de amigos e familiares. Mas o que os torna tão convincentes? A resposta está na autenticidade e na capacidade de criar conexão genuína com o público. Eles se posicionam como figuras confiáveis, compartilhando experiências, opiniões e paixões com seguidores que se identificam com seus valores e interesses. A origem da influência digital A influência, em seu conceito mais amplo, não é uma novidade. Desde tempos antigos, a liderança e as opiniões de figuras notáveis moldaram sociedades e culturas. No entanto, a era digital revolucionou este fenômeno, oferecendo plataformas que amplificam vozes individuais muito além do tradicional. A origem da influência digital pode ser rastreada até os primeiros anos das mídias sociais. Com a ascensão do MySpace em 2003 e do Facebook em 2004, as pessoas começaram a se conectar online de maneiras sem precedentes. Instagram, lançado em 2010, e YouTube em 2005, forneceram espaços ideais para a criação e disseminação de conteúdo visual e audiovisual. Esses desenvolvimentos tecnológicos estabeleceram um novo meio de comunicação mais pessoal, interativo e acessível do que a mídia tradicional. Conforme o uso das redes sociais crescia, surgiram indivíduos que, devido ao seu carisma, especialização e autenticidade, ganharam grandes números de seguidores. Esses pioneiros começaram a perceber que sua opinião e recomendações tinham um peso significativo, tanto que poderiam moldar comportamentos e influenciar decisões de compra. Comunidades inteiras, anteriormente alcançadas apenas por meios tradicionais de publicidade, agora se conectam de forma direta e pessoal por meio dos influenciadores. Essas personalidades, muitas vezes, partilham de interesses em comum com seus seguidores, criando uma confiança quase orgânica. As empresas, por sua vez, perceberam rapidamente o valor desse tipo de engajamento e passaram a investir em parcerias com influenciadores. Contudo, a relevância dos influenciadores no sucesso das marcas vai além do simples aumento de vendas. A influência externa, quando bem realizada, ajuda a construir uma imagem de marca sólida. Internamente, ao promoverem valores e culturas corporativas alinhadas aos propósitos e interesses do seu público-alvo, esses influenciadores tornam-se cruciais para o fortalecimento da reputação empresarial. A ascensão dos influenciadores de nicho Com o aumento da saturação das redes sociais, emergiu a necessidade de conteúdos mais segmentados e autênticos. Não se tratava mais apenas de grandes figuras públicas com milhões de seguidores, mas sim de influenciadores que dominavam determinados nichos de mercado. Mas quem são eles? Os influenciadores de nicho são aqueles que possuem uma expertise específica em um determinado assunto e atraem uma audiência que compartilha desse mesmo interesse. Eles transcendem a barreira dos números, focando mais na qualidade do engajamento e na relevância do conteúdo. Alguns exemplos incluem: 1. Tecnologia e gadgets: influenciadores que fazem análises detalhadas de dispositivos tecnológicos, oferecendo insights valiosos para os entusiastas de tecnologia. 2. Saúde e bem-estar: profissionais da saúde que promovem dicas de exercícios, nutrição e bem-estar mental, atraindo seguidores interessados em viver uma vida saudável. 3. Moda e beleza: especialistas em moda, maquiagem e skincare que compartilham tutoriais, tendências e dicas de estilo. 4. Gastronomia: chefs amadores e profissionais que postam receitas, técnicas de culinária e resenhas de restaurantes. 5. Viagens: aventureiros que exploram destinos e culturas únicas, oferecendo dicas e guias detalhados para viajantes. A questão de como escolher o influenciador mais adequado também não deve ser subestimada. É vital que seja alguém cuja imagem e valores estejam em completa sintonia com a marca. Segundo um estudo da Nielsen, campanhas realizadas com influenciadores de nichos específicos, geralmente têm um desempenho 30% maior do que aquelas feitas com celebridades mainstream, principalmente em termos de taxa de conversão e engajamento. Isso ocorre porque os seguidores desses influenciadores confiam profundamente nas suas opiniões e estão altamente motivados pelo conteúdo que consomem. Além disso, as marcas estão cada vez mais conscientes de que a chave para uma parceria de sucesso é a congruência entre os valores do influenciador e os da própria marca. Quando essa aliança é genuína, a mensagem ganha mais autenticidade, resultando em campanhas que ressoam de forma mais profunda com o público-alvo. Essa simbiose reflete a verdadeira essência da influência: criar conexões autênticas e relevantes. Assim, ao transformar conteúdo em conversão e engajamento em lealdade, os influenciadores se tornam essenciais na estratégia de comunicação de qualquer empresa.
7 de junho de 2024
Como programas de treinamento e inovação tecnológica promovem práticas empresariais responsáveis e garantem a resiliência corporativa diante de adversidades?
29 de maio de 2024
O que podemos aprender como empresa com catástrofes como a do RS  e como ser um agente de mudança?
23 de maio de 2024
Como o grantmaking otimiza a aplicação dos recursos em projetos sociais
14 de maio de 2024
Nos últimos anos, o tema da diversidade e inclusão tem ganhado cada vez mais destaque em discussões sociais, políticas e empresariais em todo o mundo. Mas por que isso acontece? Por que falamos tanto sobre diversidade e inclusão? A resposta vai muito além de simples modismos ou tendências passageiras. Envolve questões fundamentais de justiça, equidade e eficácia em todos os aspectos da vida. Desde a década de 2010, as discussões sobre o assunto passaram a ganhar maior intensidade ao redor no mundo. No Brasil, chegou em 2014, quando o debate passou a ser uma forma de promover a igualdade de oportunidades e combater a discriminação. Desde então, muitos direitos foram conquistados, propiciando um avanço significativo. Leis e regulações foram implementadas em diversos países com o objetivo de coibir a discriminação e promover a igualdade. Contudo, a simples existência de políticas não garante sua eficácia, demandando uma transformação cultural dentro das organizações. Dados e pesquisas têm mostrado a correlação entre diversidade e performance empresarial. Segundo um estudo realizado pela McKinsey & Company em 2015, empresas que reconhecem a importância de promover um ambiente igualitário para a diversidade de gênero em suas equipes executivas têm uma probabilidade 15% maior de gerar resultados financeiros acima da média nacional para seu setor industrial. Já para diversidade étnica e racial, essa probabilidade sobe para 35%. Também cresceu o número de consumidores que estão atentos às práticas das marcas em relação a essas questões e empresas que não se atentam a isso correm o risco de perderem espaço no mercado. Apesar dos dados evidenciarem os benefícios da diversidade, os desafios permanecem notáveis. Desigualdade de salários, subrepresentação em cargos de liderança e práticas discriminatórias ainda são realidades presentes. Com todas as evidências e números, ainda existe a dúvida por parte de muitos gestores: É realmente importante posicionar-se? A resposta é simples: Sim, é fundamental que as empresas tenham uma posição clara e transparente em relação à diversidade e inclusão. Não se trata apenas de uma questão de imagem, mas principalmente de valores e responsabilidade social. Mas como falar de diversidade e inclusão com o público? O primeiro passo é reconhecer a importância desses temas e incorporá-los de forma genuína na cultura organizacional. Isso significa adotar políticas internas que promovam a diversidade, garantindo igualdade de oportunidades para todos os colaboradores, independente de gênero, raça, orientação sexual, entre outros. Isto inclui mudança de mindset, quebra de preconceitos, uma comunicação respeitosa e a construção de um ambiente genuinamente igualitário, onde cada indivíduo possa se desenvolver plenamente. Essa jornada é essencial, não só no âmbito ético e social, mas como alavanca para a inovação, criatividade e rentabilidade empresarial.